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segunda-feira, 19 maio 2025 05:41

Cabo Delgado: Agentes da PRM acusados de extorquir munícipes com exigência de "refresco" nas ruas de Pemba

Os residentes da cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, denunciaram, em declarações à Zumbo FM Notícias, alegados actos de extorsão protagonizados por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), acusados de exigir subornos que atribuem o nome de "refresco" em plena via pública, durante operações de patrulha.

As denúncias foram colhidas neste sábado, dia 17 de Maio de 2025, durante uma ronda realizada pela nossa reportagem por ocasião das celebrações dos 50 anos da criação da corporação policial, e descrevem um padrão recorrente de abordagens policiais que resultam na exigência de dinheiro para deixar a pessoa seguir a sua viagem.

“Quando as polícias pegam documentos das pessoas, costumam exigir dinheiro. Dizem: ‘não tens refresco aí?’. Quando a pessoa tem medo, entrega mesmo. Isso está a acontecer aqui em Pemba”, denunciou Daúde Abel, morador local, visivelmente indignado.

Outro cidadão, que preferiu o anonimato por receio de represálias, confirmou a prática e afirmou que os valores exigidos variam de caso para caso.

“A polícia aqui na cidade intensifica mais ao pedir o bilhete de identidade, por causa da situação de segurança que se vive na província. Mas esse hábito de pedir dinheiro já aconteceu várias vezes. É um comportamento sujo, vindo de quem devia garantir a nossa segurança”, lamentou.

O mesmo interlocutor explicou que, ao recusar pagar, os agentes criam constrangimentos adicionais.

“Se tiveres bilhete, dizem: ‘tá bom, mas tenta lá passar algo’. Quando não dás, complicam.”

Pedro Techo, outro citadino, explicou que:

"A PRM precisa trabalhar muito, e deixar isso de andar a pedir dinheiro as pessoas nas ruas. Pessoa está bem identificada, ainda andam a criar complicações", denunciou.

Além das alegações de extorsão, os entrevistados apelaram a uma maior presença policial noturna nos bairros periféricos da cidade, onde se registam frequentes assaltos e casos de violência sexual atribuídos a um grupo conhecido como “Ana 15”.

“O grupo ‘Ana 15’ tira bens e até abusa de mulheres. A polícia deve reforçar as patrulhas nesses bairros. A população vive com medo”, alertou o mesmo morador.

Momade Alugema Muquila, outro residente de Pemba, reforçou o apelo:

“A população está a passar mal por causa dos assaltos. Precisamos de mais patrulha à noite, principalmente em Chuiba.”

Já Opido Manuel Carlos defendeu uma postura mais dialogante por parte dos agentes da PRM:

“Eles devem ter mais paciência com a população. Trabalhar com proximidade para evitar que as pessoas vivam com medo.”

Confrontado com as denúncias, o chefe do Departamento de Relações Públicas do Comando Provincial da PRM em Cabo Delgado, Aniceto Magome, repudiou com firmeza quaisquer práticas de extorsão, sublinhando que comportamentos desviantes não são tolerados na corporação.

“Repudiamos situações desta natureza. A polícia actua com base nos princípios da legalidade. Havendo comportamentos desviantes, é necessário que a população denuncie junto às subunidades policiais. Serão tomadas as medidas que se impõem”, assegurou.

Magome apelou à colaboração da população e reforçou o compromisso da corporação com a manutenção da ordem, segurança e tranquilidade públicas. (x)

Por: António Bote

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