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O presidente executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, afirmou que o projeto de gás natural liquefeito (GNL) de 20 mil milhões de dólares, localizado na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, poderá ser retomado em meados de 2025, após quatro anos de suspensão devido à insegurança na região.

A declaração foi feita na passada quinta-feira, 30 de abril de 2025, durante uma teleconferência com analistas do sector, onde o gestor garantiu que o local industrial de Afungi, no distrito de Palma, está “completamente seguro” e que o financiamento do projeto está “de volta aos trilhos”.

De acordo com a empresa internacional de análise energética Energy Intelligence, Pouyanné adiantou que os parceiros da TotalEnergies decidiram avançar com o projecto, sinalizando uma nova fase para um dos maiores investimentos no sector de gás em África.

“Estamos confiantes de que as questões de segurança, financiamento e direitos humanos não irão atrasar ainda mais o projeto. O local está seguro, e os nossos parceiros estão alinhados para seguir em frente”, afirmou Pouyanné, citado pela Energy Intelligence.

O projeto de GNL, liderado pela TotalEnergies, está sob força maior desde 2021, quando ataques armados atribuídos a grupos insurgentes islâmicos obrigaram à suspensão das obras em Afungi. Desde então, a multinacional francesa condicionou o seu regresso ao campo à estabilização da situação de segurança e à conclusão dos acordos de financiamento.

Com a possível retoma, a expectativa é que o projeto contribua significativamente para o crescimento económico de Moçambique e para a transformação do país num dos principais exportadores globais de gás natural.

No entanto, persistem preocupações quanto à segurança sustentável e ao impacto social do empreendimento nas comunidades locais. (x)

Por: Bonifácio Chumuni

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O Hospital Provincial de Cabo Delgado voltou a registar disponibilidade de gesso para atender os pacientes, após um período de oscilação no stock. A informação foi confirmada por Manuel Loa, Chefe do Departamento de Logística e Assistência Farmacêutica, durante uma entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias.

Segundo o responsável, embora nem sempre todos os tamanhos estejam disponíveis, o hospital tem mantido uma reserva mínima para garantir o atendimento dos casos mais urgentes. Ele destacou que o processo de aquisição é complexo e depende de concursos e importações, o que pode levar meses até que o material chegue ao país.

“Podemos não ter como nós desejamos, mas sempre temos stock no Hospital Provincial para atender as questões. Nós tínhamos gesso de um certo tamanho, não todos os tamanhos, porque são variados. Tem tamanho de sete e meio, tem tamanho de quinze e vinte. Nos últimos três meses, nós tínhamos o tamanho de sete e meio e agora já temos uma disponibilidade de sete e meio e quinze. É um passo” - disse Manuel Loa.

O responsável reconheceu, no entanto, que houve momentos de oscilação na disponibilidade do produto, explicando que o processo de aquisição depende de concursos públicos e da logística de importação.

“Algum momento teve uma oscilação de disponibilidade de gesso. Lançou-se um concurso para disponibilidade dos medicamentos. O mínimo para chegar um produto dos países de produção para Moçambique leva seis meses. Então, se a avalancha do consumo aumentar, vamos entrar em rotura do stock em termos de disponibilidade. Mas o Ministério da Saúde faz os seus maiores esforços para repor os stocks”, referiu.

Loa acrescentou que os acidentes de viação, especialmente nas cidades de Pemba e Montepuez, influenciam diretamente o consumo de gesso. Para ele, a prevenção nas estradas pode contribuir para uma gestão mais equilibrada dos recursos hospitalares.

“Na cidade de Pemba e Montepuez temos muitos casos de acidentes, isso influencia muito. Se nós, como condutores, melhorarmos a nossa ação na estrada e reduzirmos sempre os acidentes, vamos sempre ter o stock para atender a questão que for necessária.”(x)

Por: Nazma Mahando

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Imagens postas a circular supostamente, pelos terroristas apontam para o registo de 2 mortes no Bloco L8 da Kamboko Safaris e a destruição de todo camp da Kamboko.

Fontes seguras dizem que os terroristas entraram para província do Niassa, concretamente na Reserva Especial, a procura de ouro e outros mineiros.

A nossa fonte segura revelou que nestas últimas semanas e nestas últimas incursões os terroristas estão a roubar ouro dos garimpeiros ilegais que encontram.

Em actualização.

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O bairro Paquitequete, localizado na zona costeira da Cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, foi severamente afectado pela invasão das águas do mar. A forte ondulação causou o alagamento em dezenas de casas, deixando milhares de moradores desalojado. O mar invadiu também a unidade sanitária e a escola local, complicando ainda mais a situação na área, que é uma das mais antigas da Cidade.

A Zumbo FM Notícias esteve no local na terça-feira (30 de abril de 2025), a situação tem sido alarmante.

Ramadane Mariano, residente do bairro Paquite, expressou sua indignação.

"Aqui no bairro posso dizer que é um crime, porque a água invadiu as casas e muitas pessoas não conseguiram dormir nas suas próprias casas."

Assane Inriricho relatou que, junto à sua família e vizinhos, não conseguiu dormir por dois dias consecutivos devido à invasão constante da água.

"A situação não está nada bem. A água invadiu todas as casas, algumas coisas se perderam. Estamos pedindo ajuda, porque quando chove, a água da praia se junta à água da chuva e invade as casas. desde anteontem, ontem ainda não conseguimos dormir por causa da invasão da água", afirmou Assane

Bacar Buana, também morador da área, comentou sobre o impacto emocional: "É sentimental porque a água entra nas casas e muitas famílias foram forçadas a se mudar por causa disso."

Momade Airo, morador de longa data, destacou que este problema não é recente. "Isso não começou hoje. Sempre tivemos essa situação. Casas perto da praia foram destruídas pelas águas. As famílias abandonaram essas áreas há muito tempo."

Uma das causas apontadas pelos moradores para os alagamentos frequentes é a má execução da vala de drenagem, que desabou durante as chuvas intensas e o enchimento das águas do mar.

"A valeta foi mal feita. Se a valeta tivesse sido bem construída, a água não nos atingiria tantas vezes", afirmou Anli Npewe, um dos residentes.

Os moradores aguardam por uma intervenção do governo para resolver a situação. "Há rumores de que o governo quer renovar a valeta. Já ouvimos dizer que estão estudando outra forma e têm novo empreiteiro. Conseguimos ver caminhões despejando areia, mas até agora não sabemos qual será o próximo passo", relatou Anli.

Enquanto isso, os moradores continuam enfrentando a difícil situação, resistindo à invasão das águas e esperando por uma solução definitiva.

Paquitequete ou "Paquite" como também é conhecido, foi o primeiro bairro suburbano a surgir em Pemba há 60 anos, quando a capital da província foi transferida da Ilha do Ibo para a então cidade de Porto Amélia, hoje Pemba.

Por: Ibraimo Abdulai

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O Governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, discursou nesta quinta-feira durante a cerimônia em celebração ao Dia Internacional do Trabalhador, comemorado em 1º de maio, sob o lema "Pelos Direitos Laborais e Sindicais".

Tauabo afirmou que o governo, por meio das Forças Armadas de Defesa e Segurança, continua a envidar esforços para estabilizar a província e reconstruir uma nação que enfrentou grandes desafios. Ele acredita que, através da reconstrução, Cabo Delgado poderá usufruir plenamente dos recursos existentes na região.

Além disso, o governador destacou que a reconstrução pode trazer melhorias significativas para a vida da população, desde que os recursos sejam explorados de forma eficiente e sustentável.

"O governo, por meio das Forças Armadas de Defesa e Segurança, está empenhado em garantir a estabilidade e a paz na nossa província. A partir da reconstrução, acreditamos que a vida em Cabo Delgado irá melhorar. É essencial que os recursos da província sejam explorados de maneira justa, para que todos se sintam parte desse processo e para que os benefícios sejam suficientes para melhorar as condições de vida da nossa população", declarou Valige Tauabo.

Tauabo também ressaltou os desafios políticos, econômicos e sociais enfrentados globalmente, agravados pelas mudanças climáticas, e enfatizou a necessidade de encorajar os trabalhadores de Cabo Delgado a se dedicarem para superar essas adversidades.

"O mundo enfrenta inúmeros desafios políticos, econômicos e sociais, associados às mudanças climáticas, que comprometem o progresso dos estados. Por isso, queremos encorajar todos os trabalhadores da província de Cabo Delgado a continuarem trabalhando arduamente para superar essas adversidades. Não precisamos que alguém nos diga o quanto nos sacrificamos diariamente para garantir o sustento de nossas crianças", afirmou o governador.

Por sua vez, o Secretário Executivo da Organização dos Trabalhadores de Moçambique - Central Sindical (OTM-CS) em Cabo Delgado, Manuel André, destacou que o 1º de maio, além de ser um dia comemorativo, é uma oportunidade para reflexão sobre desafios como a preservação e consolidação da paz, a melhoria das condições de trabalho, o respeito pelos direitos humanos e sindicais, e a promoção de um diálogo social permanente.

"Para nós, sindicalistas, o 1º de maio, embora seja um dia de celebração, representa também um momento de reflexão e luta pelos direitos dos trabalhadores, pela justiça social e pelos desafios que enfrentamos, como a preservação da paz, a melhoria das condições de trabalho, o respeito aos direitos humanos e sindicais, e a promoção de um diálogo social contínuo", declarou Manuel André. (x)

Por: Esperança Picate

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Durante as celebrações do Dia Internacional do Trabalhador, nesta quinta-feira, 1º de maio de 2025, em Pemba, o Secretário Executivo da Organização dos Trabalhadores de Moçambique - Central Sindical (OTM-CS) em Cabo Delgado, Manuel André, alertou para o preocupante privilégio ao emprego precário por parte de alguns empregadores. Segundo ele, a prática da terceirização vem sendo usada como estratégia para evitar responsabilidades trabalhistas.

Manuel André destacou que essa abordagem compromete a estabilidade dos trabalhadores e impede a criação de estruturas sindicais de base, além de dificultar o diálogo social em várias empresas, sobretudo as ligadas a capitais estrangeiros.

"Continuamos a assistir à azáfama de alguns empregadores em privilegiar o emprego precário, muitas vezes impulsionado pela terceirização como estratégia para fugir das suas obrigações. Isso nos preocupa, pois impede a criação de estruturas sindicais de base e limita o diálogo social em algumas empresas, sobretudo aquelas de capitais estrangeiros", afirmou Manuel André.

O sindicalista também criticou a situação econômica do país, destacando o elevado custo de vida e questionando a falta de implementação da prometida retirada do IVA sobre produtos alimentícios essenciais.

"O custo de vida constitui hoje um autêntico sufoco para a maioria da população moçambicana. Infelizmente, o anúncio da retirada do IVA sobre produtos alimentícios essenciais não passou de promessa. O que caracteriza o mercado hoje são preços exorbitantes para o bolso da maioria dos moçambicanos, e ninguém ousa corrigir ou fazer valer a decisão tomada", declarou.(x)

Por: Esperança Picate

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Os académicos abordaram, nesta segunda-feira, 28 de Abril de 2025, em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, os primeiros 100 dias de governação do Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo. A análise dos especialistas concentrou-se em vários aspetos da administração do novo presidente, com um foco particular na situação em Cabo Delgado, marcada por desafios humanitários, de segurança e económicos.

O académico residente, Aly Caetano, falou sobre as suas expectativas não correspondidas nos primeiros 100 dias de governança do Presidente Daniel Chapo. Cetano destacou que, apesar de o Presidente ter dado a entender que havia uma nova abordagem para a gestão do conflito em Cabo Delgado, a situação parece ter ficado estagnada.

"No geral, um dos slogans de Chapo era de fazer algo para ter resultados diferentes, e isso me marcou muito quando eu ouvia o presidente falar. Eu estava na expectativa de que, de fato, teria uma nova abordagem em relação ao conflito em Cabo Delgado, mas o que me parece é que, nos últimos 100 dias, o conflito vem cada vez mais sendo esquecido, tanto na vertente humanitária quanto na securitária", afirmou Caetano.

Caetano também comentou sobre a crise humanitária que continua a afetar a província, afirmando que a ajuda não tem sido suficiente para lidar com as consequências do ciclone Idai e o impacto das mudanças climáticas. O académico sublinhou que o tratamento da população afetada ainda está aquém do esperado.

"A crise humanitária em Cabo Delgado não pode ser vista só na vertente do terrorismo, mas também nas pessoas afetadas pelas mudanças climáticas", acrescentou.

Em relação à segurança, Caetano notou que, embora tenha havido algum progresso na estabilização da situação em comparação com os anos de 2020 a 2022, ainda persiste a incerteza sobre a localização e a natureza dos ataques terroristas. Ele também ressaltou que, atualmente, o terrorismo está a alastrar-se para áreas do sul da província, como Montepuez, Metuge e Ancuabe, o que gera ainda mais insegurança.

"O fato é que os terroristas se alastraram para regiões que não eram de costumes. Desde 2023 a 2024, temos visto o alastramento do terrorismo para regiões do Sul da província de Cabo Delgado, como Montepuez, Metuge e Ancuabe. A situação de segurança melhorou bastante em comparação com 2020, 2021 e 2022, mas ainda há incertezas, e isso é o mais preocupante", explicou Caetano.

Outro ponto importante levantado por Caetano foi a questão da reintegração dos ex-combatentes e ex-insurgentes. Para ele, não está claro como o Estado está a garantir uma reintegração eficaz e estruturada desses grupos. O académico alertou para a necessidade de abordar a questão de forma mais estratégica, com ênfase no apoio psicossocial, tanto para os reintegrados quanto para as comunidades que os recebem.

"Não me parece existir de forma estruturada uma abordagem do estado para garantir a reintegração. A Anistia, embora possa ter aspectos positivos, não está clara em relação a como e quem deve ser responsável pelo processo", afirmou Caetano.

Caetano também falou sobre as dificuldades económicas que a província enfrenta e o impacto limitado da retoma dos grandes projetos de gás, como o de Total, nas comunidades locais. A inclusão da juventude local nos projetos continua a ser uma grande preocupação, e o académico destacou a necessidade de uma maior inclusão nas oportunidades de emprego.

"Existe um sentimento de exclusão generalizado por parte da grande parte da juventude em Palma. Eles compartilham a opinião de que os grandes projetos não têm beneficiado como deveriam", concluiu Caetano.

Outro acadêmico Abudo Gafuro, falou sobre os 100 primeiros dias de governo do Presidente da República, Daniel Chapo, destacando os principais desafios enfrentados pelo governo, como a segurança, a assistência humanitária e a coordenação entre o governo e as organizações da sociedade civil.

Gafuro começou sua análise dizendo que os primeiros dias do governo de Chapo foram desafiadores, especialmente devido às manifestações e aos ataques que aconteceram em várias partes do país, resultantes de um aproveitamento de forças externas que buscavam desestabilizar o governo. Ele mencionou que a destruição causada por esses movimentos exigiu que o governo adotasse um modelo de inclusão, focando nas áreas mais críticas para resolver problemas urgentes da população.

"Primeiro, é importante destacar que os primeiros dias de governação foram muito desafiadores, principalmente devido à transição do governo anterior para o atual. A destruição causada pelas marchas e manifestações em vários países, com aproveitamento de pessoas não bem identificadas, buscava desestabilizar o estado moçambicano. Essas pessoas aproveitaram a oportunidade para gerar destruição. Contudo, o Presidente Chapo e o seu executivo enfrentaram e ainda enfrentam este grande desafio de construção. Eles adotaram um modelo de inclusão, atacando setores com maior gravidade. Apesar de muitos problemas no país, a prioridade foi identificar as áreas mais críticas e atacá-las para ultrapassar a situação. Esses 100 dias foram desafiadores e continuarão a ser nos próximos, pois o governo não pode se dar ao luxo de estar em silêncio. Ele deve atuar rapidamente nas zonas de maior necessidade. Nem todos os problemas serão resolvidos em 100 dias, mas é preciso arregaçar as mangas e trabalhar de forma eficaz", afirmou Gafuro, destacando a importância da ação rápida e coordenada.

Em relação à situação em Cabo Delgado, Gafuro destacou a necessidade urgente de assistência humanitária devido à combinação de calamidades naturais, como chuvas e tempestades, e a violência constante dos insurgentes. Ele enfatizou que a comunidade nacional e internacional deve trabalhar mais ativamente para minimizar o sofrimento da população e garantir que esta se sinta integrada no processo de reconstrução do país.

"Em termos de assistência humanitária em Cabo Delgado, é imprescindível. Atualmente, estamos lidando com duas ou três calamidades: as naturais, como as chuvas e as tempestades, e as provocadas pelos insurgentes. Estes, que após se dispersarem de suas bases, continuam a realizar ataques esporádicos, causando o deslocamento de cidadãos. A necessidade de políticas mais eficazes para minimizar o sofrimento é clara, pois a população de Cabo Delgado precisa sentir-se parte do processo de reconstrução do país", sublinhou Gafuro, reforçando a importância da ajuda humanitária.

Gafuro mencionou que, embora tenha havido uma melhoria na segurança, os insurgentes continuam a operar em várias regiões, o que demonstra a fragilidade do sistema de segurança. Ele defendeu que, para combater eficazmente os insurgentes, é necessário mais recursos e um maior fortalecimento das forças de defesa.

"Durante os 100 dias, houve alguma melhoria na segurança, mas ela ainda é parcial. Os insurgentes continuam a mostrar que ainda estão ativos, como evidenciado pelos ataques nos distritos de Ancuabe, Meluco, e até em zonas inesperadas como Nairoto e Montepuz. Isso demonstra a fragilidade da segurança. Além disso, a nossa força de defesa e segurança precisa de mais recursos e de um fortalecimento moral para enfrentar esses desafios e combater os insurgentes até as últimas consequências", disse Gafuro, destacando a importância de mais investimentos e recursos para a segurança.

Ele também elogiou o trabalho do governador da Província de Cabo Delgado, afirmando que tem se dedicado à visitação das áreas mais críticas, mostrando à população o compromisso do governo com sua segurança e bem-estar. Isso, segundo Gafuro, é uma abordagem importante para fortalecer a confiança da comunidade.

"O governador da Província de Cabo Delgado tem feito um trabalho excelente, visitando as zonas mais críticas e mostrando à população que o governo está comprometido com sua segurança e bem-estar. Ele tem sido uma presença constante nas áreas de maior risco, o que é vital para fortalecer a confiança da população e garantir que todos se sintam incluídos no processo de reconstrução", afirmou Gafuro, elogiando o trabalho do governo provincial.

Gafuro também abordou a questão das organizações da sociedade civil, afirmando que, apesar de seus esforços, ainda falta uma maior coordenação entre as ONGs e o governo. Ele sugeriu que as organizações devem trabalhar de forma coordenada para garantir que suas ações sejam mais eficazes e bem direcionadas.

"As organizações da sociedade civil, tanto nacionais quanto internacionais, têm feito um trabalho relevante, mas a coordenação entre elas e o governo precisa ser mais eficaz. Cada organização não pode atuar de maneira isolada. Se houver uma coordenação mais clara e eficaz, teremos mais sucesso nas ações de ajuda e reconstrução", comentou Gafuro, chamando a atenção para a necessidade de uma melhor organização das ações no terreno.

Gafuro também falou sobre a necessidade de reintegração dos ex-insurgentes, sugerindo que o governo deve adotar políticas de inclusão e requalificação, especialmente no setor agrícola. Segundo ele, essa abordagem ajudaria na reintegração dessas pessoas na sociedade, além de aliviar o sistema penitenciário, sobrecarregado pelo número crescente de prisioneiros.

"A reintegração dos ex-insurgentes deve ser uma prioridade, e isso pode ser feito através de programas de inclusão, especialmente no setor agrícola. Isso permitirá que essas pessoas se integrem à sociedade, além de reduzir a pressão sobre o sistema penitenciário. O governo precisa abrir essas oportunidades de requalificação e reintegração, com a participação de psicólogos, líderes religiosos e membros da sociedade civil, que devem ser incluídos nesse processo", defendeu Gafuro, destacando a importância da inclusão para o sucesso da reintegração.

Gafuro destacou que o país deve aprender com os erros do passado em relação à exploração de seus recursos naturais. Ele afirmou que, se o governo não agir de maneira proativa, os moçambicanos, especialmente os jovens, podem se sentir excluídos dos grandes projetos, como os da exploração de gás, o que pode gerar descontentamento e insegurança social. Gafuro propôs que, para reduzir essa dependência do trabalho estrangeiro, deveria haver uma formação técnica mais robusta para os jovens locais, possibilitando sua inclusão no processo de exploração dos recursos.

"Parece que o governo ou o Estado moçambicano não soube aproveitar as oportunidades que tivemos no passado. O país deveria ter aprendido com os próprios erros, especialmente no que se refere à exploração de recursos naturais. Por exemplo, a exploração do gás no norte de Moçambique precisa de uma estratégia que envolva a formação de jovens locais. Moçambique não pode depender de milhares de estrangeiros para trabalhar em projetos que poderiam empregar um número considerável de moçambicanos, principalmente da região norte, onde a exploração está acontecendo. É fundamental que os jovens recebam formação técnica para que possam ser parte integral do processo de exploração", disse Gafuro, alertando para o risco de exclusão da população local.

Além disso, Gafuro levantou uma preocupação sobre a construção da base flutuante para a exploração de gás e o impacto que isso pode ter no futuro da economia nacional. Ele mencionou que a infraestrutura marítima de Moçambique ainda é frágil, o que representa um risco para a segurança nacional e a exploração sustentável dos recursos.

"Aqui há muitos riscos, porque a plataforma flutuante que estamos a falar não será uma base fixa. Ela será uma estrutura flutuante, e precisamos de um plano para o futuro. O que acontecerá depois da exploração? Precisamos de investir mais em setores como o ensino técnico e a ciência, para preparar os jovens e garantir que o país possa aproveitar o conhecimento gerado localmente", afirmou Gafuro, sugerindo a importância de fortalecer a formação da juventude nas áreas de ciência e tecnologia.

Em relação à agricultura, Gafuro criticou a falta de organização dos agricultores e a falta de apoio do governo, especialmente para os pescadores e pequenos produtores. Segundo ele, o governo deve investir mais na organização das cooperativas e na infraestrutura necessária para que a produção local seja uma fonte de crescimento econômico.

"Ainda estamos longe de ter resultados palpáveis, pois a agricultura precisa de um maior esforço. Os pescadores, por exemplo, precisam ser organizados em cooperativas para que possam aumentar sua capacidade de produção e distribuir seus produtos em outros pontos. Além disso, é necessário investir em infraestrutura como frigoríficos e colmeias, para que o pescado e outros produtos agrícolas possam ser processados e distribuídos", destacou Gafuro, frisando que a organização dos produtores é fundamental para o sucesso do setor.

Ele também mencionou que o país precisa de ações concretas para aumentar a produção agrícola e reduzir a dependência de ajuda internacional. Segundo Gafuro, a capacidade de produzir alimentos locais e abastecer os mercados internos ajudará a fortalecer a economia local e nacional, criando mais empregos e oportunidades para a população.

"A agricultura precisa de mobilização, de ação concreta. Não podemos continuar a depender de ajuda internacional para suprir as necessidades alimentares do nosso país. Devemos investir na produção local, na formação dos agricultores e nas infraestruturas adequadas. Cabo Delgado, por exemplo, tem um grande potencial agrícola. Nos anos 80 e 90, era um dos maiores celeiros de Moçambique. Mas o que aconteceu? O que está a falhar agora? Com tecnologia e maquinário adequados, a produção pode ser revitalizada e contribuir para a economia local e nacional", concluiu Gafuro, ressaltando a importância da agricultura como uma alavanca para o crescimento econômico.

O acadêmico também fez uma crítica ao abandono do setor pesqueiro, apontando que, apesar de ser uma atividade essencial para a economia de Cabo Delgado, os pescadores ainda enfrentam grandes desafios. Segundo Gafuro, o apoio estatal deve ser intensificado para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dessa atividade.

"Os pescadores de Cabo Delgado precisam ser organizados em cooperativas para que possam comprar equipamentos adequados, como frigoríficos e barcos. Atualmente, sem esse apoio, a produção de pescado está longe de atingir seu potencial. O governo precisa criar um ambiente propício para que esses trabalhadores possam prosperar", afirmou, destacando a necessidade de mais apoio e organização no setor pesqueiro.

 Outro académico, que preferiu não ser identificado, referiu que, apesar das promessas de mudança, os 100 dias de governança de Daniel Chapo foram, até agora, marcados por um foco em diálogos políticos que resultaram no fim das manifestações pós-eleitorais. Contudo, o académico alertou que o custo de vida continua a ser um grande problema para a população, especialmente em Cabo Delgado.

"O povo ainda não viu nem sentiu diretamente o alívio do custo de vida, que continua a ser um grande problema para os moçambicanos, particularmente para os de Cabo Delgado. É preciso fazer um trabalho árduo, senão a situação, em vez de melhorar, vai piorar", alertou o académico.

A avaliação dos académicos sobre os primeiros 100 dias de governação do Presidente Daniel Chapo aponta para uma gestão marcada por desafios contínuos nas áreas de segurança, crise humanitária e desenvolvimento económico. Muitos especialistas expressam uma grande expectativa de que, nos próximos meses, o governo consiga implementar políticas mais eficazes para enfrentar as necessidades urgentes da província de Cabo Delgado e da população moçambicana. (x)

Por: António Bote

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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua história recente no sector avícola. A passagem do ciclone Chido, que na presente época chuvosa devastou a região, causou prejuízos superiores a 18 milhões de dólares, afetando severamente infraestruturas e a produção de alimentos essenciais como carne de frango e ovos.

O ciclone destruiu galinheiros muitos dos quais estavam em fase avançada de construção e matou milhares de aves. Além disso, houve perda de ração e outros insumos vitais para o funcionamento das granjas. Como consequência, pequenos e médios avicultores, que já enfrentavam dificuldades financeiras, veem-se agora diante do risco iminente de falência.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o presidente da Associação dos Avicultores de Cabo Delgado, Yacoob Latifo, confirmou que os levantamentos de danos ainda estão em andamento, mas adiantou que os prejuízos são evidentes.

Neste momento, estamos a fazer os últimos levantamentos, mas podemos afirmar que os danos são enormes. O ciclone Chido causou prejuízos estimados em cerca de 18 milhões de dólares. Falo daquele investimento que estava em curso. Perdeu-se uma grande quantidade de aves e também ração. Muitos avicultores perderam tudo. A nossa capacidade de produção de frangos e ovos foi significativamente reduzida.”

A crise não se resume apenas aos danos físicos. A destruição das infraestruturas e a interrupção da cadeia de distribuição afetaram não apenas o mercado local, mas também a capacidade de exportação de produtos avícolas essenciais para a economia da província. Esse cenário pode provocar um desabastecimento temporário, com consequências diretas para a segurança alimentar da região.

A situação é ainda mais grave tendo em conta o contexto de insegurança que afeta a província, marcado por conflitos armados, o que agrava os efeitos do desastre natural.

Yacoob Latifo defendeu um apoio mais robusto por parte do governo e dos parceiros de desenvolvimento.

“Penso que não é suficiente. Eles têm investido, sim, mas não é o suficiente. Nos últimos cinco anos, nos aproximamos do Ministério da Agricultura e de outros parceiros, propondo algumas ideias, como a criação de um fundo de investimento. Como sabem, Moçambique não possui um banco agrícola. Portanto, é essencial criar um fundo de investimento, que seja gerido por especialistas em avicultura, como o Ministério da Agricultura. Esse fundo deveria oferecer financiamento a taxas mais baixas, assim como acontece na África do Sul e na Tanzânia. Precisamos disso urgentemente.

O dirigente propõe ainda a criação de um instituto dedicado à avicultura, nos moldes do que já existe para o algodão e a castanha de caju.

É crucial termos uma direção ou um instituto especializado em avicultura. A avicultura merece esse destaque. Por exemplo, na África do Sul, 50% da produção de milho não é consumida pela população, mas destinada à avicultura, o que demonstra o potencial desse setor para gerar grandes recursos, além de reduzir as importações.”(X)

Por: Bonifácio Chumuni

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O governo distrital de Mocímboa da Praia acusou a Civitas Partners Group, concessionária do Porto de Mocímboa da Praia, de práticas que estão a agravar a crise de abastecimento de combustíveis no norte da província. A denúncia surge após o corte de subsídios ao transporte de combustível pela multinacional TotalEnergies, no início de 2024, situação que já afetava a região.

Em uma entrevista à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 28 de abril de 2025, o administrador distrital Sérgio Cipriano destacou que os preços praticados pela Civitas estão a ser um grande obstáculo para os operadores locais.

“Infelizmente, o porto já não cumpre a função esperada de abastecer toda a região norte. Cedemos à Civitas Partners Group, os depósitos de combustíveis anteriormente sob gestão da Petromoc, com a expectativa de que os mesmos servissem toda a zona norte. Contudo, isso não está a acontecer. Há um choque de preços: a Civitas está a vender o litro de gasóleo a 104 meticais, enquanto nas nossas bombas o preço varia entre 102 e 103 meticais. Os agentes económicos questionam: 'Como podemos comprar a esse preço e revender com lucro?', como pode ver, a Civitas criou uma barreira à funcionalidade do mercado de combustíveis na região", disse Cipriano, demonstrando preocupação com a falta de acesso ao combustível a preços viáveis.

Apesar de o porto estar em funcionamento e com movimentações regulares de navios, especialmente para o distrito de Palma, onde operam megaprojetos como os da TotalEnergies, Cipriano lamenta que a infraestrutura já não esteja a cumprir a sua função original de abastecer toda a zona norte, como previsto inicialmente.

De acordo com Cipriano, a Civitas Partners assumiu a gestão dos depósitos de combustível anteriormente controlados pela Petromoc, com a promessa de garantir o abastecimento para toda a região norte. No entanto, a falta de acesso ao combustível e os elevados preços praticados estão a excluir os pequenos operadores locais.

O administrador também fez uma crítica à falta de concorrência no mercado de combustíveis na região.
"Nós entendemos que a Civitas está operando sozinha, sem concorrência, o que poderia consolidar o mercado, mas ao mesmo tempo, assegurar o mercado. Não sei se vende para uma empresa. Porém, as pequenas gasolineiras que operam na zona norte não concordam com o preço estabelecido pela Civitas, e é por isso que a empresa não tem clientes e não há demanda", afirmou Cipriano.


Apesar das dificuldades no acesso ao combustível, Cipriano confirmou que o Porto de Mocímboa da Praia continua a registar movimentações regulares de navios logísticos, especialmente associados aos projetos de gás natural em Palma. Estes navios abastecem-se no porto e seguem para as bases operacionais das multinacionais, como a TotalEnergies.

A vila de Mocímboa da Praia, situada a cerca de 70 quilómetros ao sul do projeto de gás natural de Afungi, liderado pela TotalEnergies, continua a enfrentar grandes desafios no abastecimento de combustíveis. A região também se encontra perto da concessão da petrolífera italiana Eni, que explora petróleo e gás.

A crise de abastecimento de combustível permanece um dos maiores obstáculos para os pequenos comerciantes da região. A dependência da logística marítima e os custos elevados de transporte dificultam a distribuição regular de produtos essenciais, agravando ainda mais a situação.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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Vários automobilistas entrevistados pela equipa de reportagem da Zumbo FM Notícias, na última terça -feira, 22 de Abril de 2025 manifestaram preocupação com as estradas esburacadas que se observam nas principais artérias da capital provincial de Cabo Delgado.

Segundo Sacur Eugénio, circular nas vias da cidade de Pemba tornou-se um grande desafio devido aos inúmeros buracos, o que compromete a segurança e o conforto dos condutores. Ainda assim, afirma que o trabalho precisa continuar, apesar das dificuldades.

"Enfrentamos muitas dificuldades ao circular nas estradas. Existem trechos onde o pavimento está em péssimas condições, mas seguimos tentando nos adaptar. No entanto, a verdade é que a estrada não está boa, e isso representa um risco constante para todos."

Outro entrevistado, Cafuro Zacarias, salientou que o mau estado das vias eleva o risco de acidentes de viação e apelou ao município de Pemba para que intervenha de forma urgente.

"Os buracos nas estradas estão nos causando muitos problemas. Falta-nos acesso adequado a alimentos, e os veículos sofrem avarias constantes. Tanto motoristas de carros quanto motociclistas enfrentam dificuldades para seguir viagem. Acidentes acontecem o tempo todo por conta dessas falhas na infraestrutura. Gostaria que as estradas fossem reparadas, para que possamos trafegar em segurança, como acontece em outras cidades."

Por sua vez, o automobilista Wilson Mário destacou que o estado degradado das estradas contribui para acidentes, seja pela perda de controle da direção, seja pelas manobras bruscas ao tentar desviar dos buracos.

"Acidentes acontecem, mas, muitas vezes, são resultado da falta de controle ao dirigir. Muitos condutores não tomam os devidos cuidados, especialmente com relação aos veículos que vêm atrás ou à frente. A situação se agrava quando tentamos desviar dos buracos na estrada."

A reportagem tentou contactar o Conselho Municipal de Pemba através do Gabinete de comunicação e imagem, para obter esclarecimentos sobre as preocupações levantadas, prometeu pronunciar-se sobre o assunto.

As más condições das estradas em Pemba continuam a colocar em risco a vida dos automobilistas e pedestres. A população clama por uma intervenção urgente por parte das autoridades municipais para garantir a segurança e melhorar a mobilidade urbana na capital de Cabo Delgado.(x) 

Por: Esperança Picate

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