A cidade de Pemba, em Cabo Delgado, está a enfrentar uma subida drástica nos preços de produtos alimentares essenciais, como óleo, arroz e açúcar, em meio à crescente instabilidade política no país. Esta situação tem pressionado ainda mais os bolsos dos cidadãos, já afetados pelas dificuldades económicas.
No Mercado Grossista Alto Gigone, um dos principais centros comerciais da cidade, foram observados aumentos significativos nos preços de produtos de primeira necessidade. O preço de 5 litros de óleo, por exemplo, subiu de 480 para 600 meticais.
Joana Nazário, uma utente do mercado, lamentou o impacto das manifestações violentas, apontando que essas ações estão a agravar a pobreza e a insegurança na região.
"Os impactos são negativos porque há subida de preços de produtos alimentares, e isso não está a ajudar o povo. Eu não estou a favor da greve violenta, porque muitos aproveitam essa situação para prejudicar os outros. Há muita morte e pobreza", declarou.
Georgina Afonso, outra frequentadora do Mercado Grossista, expressou o seu receio face à violência e apelou por uma solução pacífica.
"As coisas estão muito caras e não estamos a viver bem. Aqui em Cabo Delgado não vivemos em paz. Estamos a ver pessoas sendo agredidas sem saber os motivos. Eu gostaria que o governo resolvesse esta situação, porque não estamos a viver em paz. Temos medo, tanto de dia como de noite. Só queremos paz", lamentou Georgina Afonso.
Ernesto João, um morador da cidade, também manifestou a sua preocupação com os efeitos das manifestações violentas, apelando para que os protestos ocorram de forma pacífica, sem prejudicar o desenvolvimento e a paz na província.
"É necessário protestar, mas de forma pacífica, porque quando as manifestações são violentas, elas afetam o desenvolvimento e o processo de paz. Precisamos olhar para a realidade do nosso país, que ainda enfrenta conflitos, principalmente no norte. Apelo a todos para que se mantenham no diálogo e evitem a violência", afirmou.
Adélia Tomás, residente em Pemba, condenou igualmente a violência nas manifestações e recordou o contexto de terrorismo que a província enfrenta, pedindo aos cidadãos que se abstenham de participar em protestos tumultuosos. "Nós ainda vivemos com o terror do terrorismo que assola a nossa província. Não devem aderir a manifestações violentas. Podem protestar de acordo com a lei, mas de forma pacífica, sem vandalismo", aconselhou Adélia.
Estima-se que as paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, os prejuízos alcançaram cerca de 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros), com 151 unidades empresariais vandalizadas.(x)
Por: Nazma Mahando
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A província de Cabo Delgado, conhecida pelas suas paisagens paradisíacas e rica diversidade cultural, enfrenta uma grave ameaça ao turismo devido às manifestações e à persistência do terrorismo. Essa combinação de fatores já resultou em um elevado número de cancelamentos de reservas, colocando em risco a sustentabilidade do sector.
Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, o vice-presidente da Associação do Turismo de Cabo Delgado, António Macanije, afirmou que, caso a situação das manifestações persista, não haverá turistas a visitar a província.
“Não haverá turistas a visitar Cabo Delgado. Desde o início das manifestações pós-eleitorais, as instâncias turísticas têm enfrentado uma onda de cancelamentos massivos. Após as eleições, praticamente todas as reservas foram canceladas, e continuamos a receber novas notificações de cancelamento todos os dias,” explicou Macanije.
Até a última quarta-feira, mais de 255 reservas haviam sido canceladas, com a perspectiva de novos cancelamentos nos próximos dias.
“Mais de 255 reservas firam cancelada desde a ultima quarta-feira, Não temos clientes. As manifestações e o ambiente de insegurança estão a afetar gravemente o setor. Com a chegada do fim do ano, estamos preocupados. Se a situação persistir, a tendência será fechar algumas instâncias ou reduzir drasticamente o número de trabalhadores,” afirmou.
Macanije também destacou que a atual situação está a comprometer anos de esforços para atrair turistas e fortalecer o sector do turismo em Cabo Delgado. Ele teme que, sem ações urgentes para restaurar a estabilidade, a província possa enfrentar uma crise prolongada, com impactos negativos para as empresas e os trabalhadores locais.
“As instâncias turísticas estão vazias. O cenário não é promissor e, se não houver mudanças, será difícil manter as operações,” acrescentou.
Com a aproximação da época festiva, tradicionalmente um período de maior movimento turístico em Cabo Delgado, as perspectivas não são animadoras. O vice-presidente da Associação do Turismo apontou que o setor enfrenta desafios profundos.
“Não há reservas para o final do ano. Os turistas estão a evitar Cabo Delgado, e isso representa uma grande perda para o setor. Sem mudanças, o turismo na província pode sofrer danos irreversíveis,” concluiu. (x)
Por: Bonifácio Chumuni
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A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, no âmbito da quarta fase das manifestações proclamadas por Venâncio Mondlane, deteve na Cidade de Pemba, nos dias 15, 16 e 17 do corrente mês, sete indivíduos acusados de criar barricadas e tentativa de queima de pneus.
A informação foi avançada nesta segunda-feira, 18 de Novembro de 2024, pelo chefe das Relações Públicas no Comando da PRM em Cabo Delgado, Aniceto Magome, que falava a jornalistas numa conferência de imprensa.
"Nos dias 15, 16 e 17 do corrente mês, temos registado focos de tentativa de queima de pneus e colocação de barricadas nos distritos de Pemba, Montepuez e no distrito de Metuge, que prontamente a polícia acabou intervindo nesses locais, fez-se reposição da ordem e o culminar destes atos, para responder a esses focos das manifestações, foi possível neutralizar 7 indivíduos que se encontram detidos", avançou Aniceto Magome.
A PRM apela e desencoraja a população a aderir às manifestações e insta para que optem pelo civismo e cidadania.
"Apelamos e desencorajamos todas as manifestações ilícitas, que podem criar atos de vandalismo, violência e desordem pública. Instamos a todos os cidadãos a pautarem pelo civismo, companheirismo e cidadania", apelou a PRM. (x)
Por: Esperança Picate
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A pesca ilegal de peixes juvenis continua a representar uma ameaça significativa para os ecossistemas marinhos de Cabo Delgado, colocando em risco a biodiversidade e comprometendo a sustentabilidade dos recursos pesqueiros na província.
O alerta foi dado pelo Delegado Provincial da Administração Nacional de Pesca (ANP), Acácio Mussa, durante uma entrevista exclusiva à Zumbo Notícias, realizada na manhã desta terça-feira, 12 de Novembro, no centro de pesca de Cumissiti, bairro de Paquitequete, cidade de Pemba, momentos após a cerimônia de divulgação dos períodos de defeso e veda das pescarias de camarão de superfície, caranguejo do mangal e polvo para a temporada 2024-2025.
"Os impactos da pesca são enormes para o próprio ecossistema. Se nós tiramos um produto que não atingiu a sua maturação, alguma coisa alteramos no seu habitat. Isso porque as espécies não crescem como devia ser, limitamos em termos de produção. Essas espécies não conseguem reproduzir porque, tiramos antes da fase de maturação", afirmou Mussa, destacando os prejuízos ambientais e econômicos causados pela retirada precoce de peixes do mar.
O delegado também sublinhou que, por muitos anos, as comunidades pesqueiras de Cabo Delgado viviam uma realidade em que espécies de peixes menores eram capturadas em grandes quantidades, sem qualquer benefício para a população local.
"Há algumas espécies em que, anos atrás, nós verificávamos que as espécies que se pescavam e a população não comia eram muito pequenas. Pescavam, traziam para a comunidade, e como ninguém comprava, acabavam deitando fora. Então, é o prejuízo para a nossa própria riqueza. Quem usa essas riquezas somos nós próprios moçambicanos, então, é prejuízo porque não conseguimos nem vender."
Em resposta a essa realidade, o governo tem investido na implementação de políticas de gestão pesqueira mais rigorosas, com o apoio dos Conselhos Comunitários de Pescas. Mussa ressaltou que esses conselhos têm desempenhado um papel fundamental na mudança de comportamentos e na conscientização das comunidades pesqueiras.
"Para além disso, conseguimos passar por este processo através dos Conselhos Comunitários de Pescas. Por isso, ultimamente não se verifica mais essa prática de pescar espécies juvenis. Todo aquele que circula nesta cidade de Pemba já consegue ver a diferença entre o que acontecia antes, há dois anos atrás, e o que está a acontecer agora, porque os nossos Conselhos Comunitários de Pescas estão a trabalhar neste sentido de evitar que essa prática seja recorrente nos nossos centros de pesca", explicou Mussa, no ambiente da cerimônia, que reuniu autoridades locais, pescadores e representantes da sociedade civil.
A eliminação de métodos de pesca destrutivos também tem contribuído para essa transformação. A prática de usar redes mosquiteiras, que antes causava grandes danos aos ecossistemas marinhos, foi amplamente erradicada.
"Eu confirmo a redução da pesca de peixes pequenos. Nós até praticávamos a pesca, por exemplo, com a questão da rede de arrasto, assim como redes mosquiteiras. Então, se fores a passar nos nossos centros de pesca, é difícil encontrar rede mosquiteira. Então, com a eliminação da rede mosquiteira, significa que essa pesca já não ocorre", afirmou Mussa, destacando as mudanças visíveis nas zonas pesqueiras de Pemba e arredores.
A cerimônia que marcou a divulgação dos períodos de defeso e vedação das pescarias de camarão de superfície, caranguejo do mangal e polvo para a temporada 2024-2025, reforça o compromisso de assegurar que os recursos pesqueiros da província sejam utilizados de forma responsável, garantindo que as futuras gerações também possam usufruir dessas riquezas naturais. (x)
Por: António Bote
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Mulheres grávidas, sem acesso a qualquer tipo de assistência médica, estão sendo forçadas a dar à luz em casa, colocando em risco suas próprias vidas e as de seus bebês. Este é o cenário aterrador que as mães de Mazeze enfrentam, um posto administrativo do distrito de Chiúre, em Cabo Delgado, que foi severamente devastado por ataques terroristas no início de 2024.
A ausência de unidades de saúde e profissionais capacitados transformou um simples parto em um verdadeiro acto de sobrevivência, evidenciando a dramática falência do sistema de saúde local.
Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, esta terça-feira, 12 de Novembro de 2024, a Chefe do Posto Administrativo de Mazeze, distrito de Chiúre, Daniela Tunia, descreveu a precariedade do sistema de saúde local.
"As mulheres grávidas são obrigadas a dar à luz em suas próprias casas, o que coloca em risco a saúde delas e dos bebês. Infelizmente, temos que recorrer a esse método antigo, pois não temos outra opção. A situação é muito difícil e estamos aguardando que o governo, tanto a nível do distrito quanto na província, tome providências para restabelecer os serviços de saúde de forma eficaz", lamentou a Chefe do Posto Administrativo.
Daniela Tunia ressaltou que, embora as brigadas móveis tenham representado um esforço valioso, a falta de infraestrutura e de recursos médicos permanentes continua a colocar vidas em risco.
"Ainda não estão repostos, ainda não estamos a funcionar completamente. Só estão a funcionar brigadas móveis multisectoriais, que atendem em várias aldeias. Cada equipe realiza atividades específicas, como consultas para HIV, cuidados pré-natais e ECMI (Estratégia Combinada de Melhoria de Imunização). Eles vão de aldeia em aldeia, atendem, e depois retornam para a base. Essa tem sido a forma de tentar suprir a necessidade de cuidados médicos", afirmou Tunia, destacando a fragilidade do modelo emergencial.
A dirigente entende que a crise de saúde em Mazeze é um reflexo direto da violência que assolou a província de Cabo Delgado, destruindo não apenas casas e comunidades, mas também toda a estrutura de atendimento à saúde.
"Ainda estamos à espera de um plano mais robusto do governo, com apoio tanto a nível distrital quanto provincial. Não temos a capacidade local para resolver essa situação sozinhos", concluiu Daniela Tunia. (x)
Por: Nazma Mahando
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Na noite de domingo, 10 de novembro de 2024, um incêndio de grandes proporções consumiu mais de 167 bancas de construção precária em um dos principais mercados do distrito de Macomia, na região central da Província de Cabo Delgado, em Moçambique.
O fogo começou por volta das 18h00 e foi controlado somente à meia-noite, com dificuldades adicionais devido à falta de recursos para combate a incêndios. O distrito de Macomia, não dispõe de uma brigada de bombeiros nem de equipes capacitadas para emergências desse tipo, enfrentou uma situação crítica para conter as chamas.
Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias nesta terça-feira, (12.11.2024), o administrador de Macomia, Tomás Badaie, atribuiu a causa do incêndio a um curto-circuito.
“Houve um incêndio provocado por um curto-circuito no nosso maior mercado, o mercado central de Macomia. Em termos de bancas, foram incendiadas 167”, explicou o administrador de Macomia, Tomas Badaie.
Esse não é o primeiro episódio de destruição enfrentado pelo mercado de Macomia. Em 2020, após o primeiro ataque armado na região, diversos estabelecimentos comerciais foram igualmente devastados pelas chamas.
A Zumbo FM Notícias apurou ainda que o incêndio impactou o fornecimento de energia elétrica na vila, com um dos postes de eletricidade danificado. A empresa Eletricidade de Moçambique (EDM) enviou equipes ao local para reparar os danos e restaurar o serviço.(x)
Por:Bonifácio Chumuni
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O Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, fez esta afirmação durante uma conferência de imprensa realizada na terça-feira, 12 de Novembro de 2024, no comando geral da PRM, em Maputo.
Rafael sublinhou que em nenhum país do mundo é permitido que um cidadão declare ou execute um golpe de Estado.
"Em nenhum país se permite que um cidadão diga ou tente golpear um Estado, nem na democracia mais antiga da Grécia. Não se pode admitir que alguém ameace com um golpe de Estado. Isso significa atacar todos os membros do parlamento, incluindo os deputados eleitos. Como é possível permitir isso? Seria por desconhecimento da lei, excesso de emoção ou por falta de compreensão da convivência social?", questionou o Comandante Geral da PRM.
O comandante apelou à calma e à colaboração dos cidadãos, frisando que "cada moçambicano deve ser um guardião da democracia e da ordem pública", acrescentando que "cada um deve agir como polícia em seu próprio bairro, zelando pela segurança e estabilidade do país."
Essas declarações surgem no contexto de crescente tensão política em Moçambique, após o anúncio, na última segunda-feira (10 de Novembro), do candidato presidencial do Partido PODEMOS, Venâncio Mondlane, sobre a quarta fase das manifestações programadas pelo partido. (x)
Por: Esperança Picate
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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique enfrenta críticas após não cumprir os prazos estabelecidos pelo Conselho Constitucional (CC) para a entrega de editais e actas do apuramento parcial dos resultados das eleições de 9 de outubro de 2024. Estes documentos são essenciais para a validação e proclamação dos resultados das VII Eleições Gerais e IV Eleições Provinciais, um processo que tem gerado controvérsia e apreensão no país.
Segundo o Jornal Carta de Moçambique, após as eleições gerais e provinciais de 9 de outubro, a Comissão Nacional de Eleições iniciou o apuramento dos resultados nas diversas mesas de votação. O Conselho Constitucional, órgão responsável pela validação final dos resultados, solicitou à CNE, a 30 de outubro, a entrega dos editais e actas do apuramento parcial e distrital de sete províncias. O prazo estipulado para a entrega desses documentos foi 7 de novembro de 2024.
Entretanto, o último conjunto de editais só foi entregue ao Presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe, a 8 de novembro de 2024, um dia após o fim do prazo estabelecido. Este atraso levanta questões sobre a capacidade da CNE de cumprir com as exigências legais e comprometer a transparência do processo eleitoral.
De acordo com o Boletim Eleitoral do Centro de Integridade Pública (CIP Eleições), os editais em falta incluíam documentos de províncias como Inhambane, Nampula, Zambézia, Tete, Gaza e a cidade de Maputo. Em particular, os editais de Inhambane, uma província com a capital a menos de 450 km de Maputo, foram destacados, o que levanta dúvidas sobre a logística e a organização da CNE no processo de entrega desses documentos.
Além dos atrasos, o CIP Eleições denunciou uma possível manipulação de documentos eleitorais. A organização afirmou ter encontrado editais nas sedes do partido Frelimo, e até documentos descartados em lixeiras. Em resposta, o partido PODEMOS fez uma denúncia à Procuradoria-Geral da República, acusando a Frelimo de orquestrar um esquema de falsificação de editais para favorecer o seu candidato presidencial.
O vice-presidente da CNE, Fernando Mazanga, em entrevista à DW, admitiu a falta de informações sobre a capacidade da CNE em entregar os documentos originais ao Conselho Constitucional. Segundo Mazanga, as solicitações do CC não foram tratadas em Plenário da CNE, sendo apenas discutidas por um "grupinho" de pessoas, o que compromete a transparência e a legitimidade do processo.
Além disso, Mazanga revelou que a questão das discrepâncias nos números de votantes nas três eleições (presidencial, legislativa e Assembleias Provinciais) também foi tratada sem o conhecimento dos restantes membros da CNE. O Conselho Constitucional pediu explicações sobre as variações no número de votantes nas diversas províncias, com um prazo de 72 horas para que a CNE apresentasse uma resposta. Contudo, segundo fontes do CC, a resposta não foi entregue no prazo estipulado, embora a CNE tenha afirmado, em comunicado oficial, que o expediente foi enviado no dia 8 de novembro, já após a data limite.
Este cenário de atrasos e acusações de manipulação de documentos acirra ainda mais a tensão política em Moçambique, onde as eleições têm sido historicamente marcadas por desconfianças sobre a imparcialidade dos processos eleitorais. O Conselho Constitucional, sendo o órgão que valida ou invalida os resultados eleitorais, assume um papel crucial para garantir a legalidade e a transparência das eleições no país.
Entretanto, os repetidos atrasos e as acusações de fraude colocam em questão a credibilidade da Comissão Nacional de Eleições, com muitos cidadãos e organizações civis a pedirem uma investigação independente sobre as alegações de falsificação de documentos.
Com a pressão crescente, a CNE e o Conselho Constitucional terão de enfrentar desafios significativos para restaurar a confiança no sistema eleitoral, fundamental para a estabilidade política e social de Moçambique.(x)
Por: Nazma Mahando
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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, apresenta a maior taxa de analfabetismo do país, estimada em 62%. Com uma população de aproximadamente 1.287.814 habitantes, a região enfrenta desafios que dificultam o acesso à educação, incluindo o impacto do terrorismo, uniões prematuras, gravidez precoce e condições adversas nas infraestruturas educacionais.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (14.11.2024) por Rachide Sualeh, Chefe do Departamento da Direção Pedagógica, Gestão e Garantia de Qualidade, em entrevista à Zumbo FM Notícias. Segundo ele:
“A nossa província, neste momento, tem a mais alta taxa de analfabetismo e educação de jovens e adultos do país. Em termos de percentagem, estamos em 62%, o que significa que não houve progressão significativa: nem subimos, nem reduzimos. A província está a trabalhar no sentido de reduzir este índice que assola a nossa população”- afirmou.
De acordo com Sualeh, o sector de educação tinha como meta para este ano contratar 802 alfabetizadores e inscrever 41.026 alfabetizandos. Apesar disso, devido à instabilidade causada pelas insurgências, os resultados ficaram aquém do esperado.
“Neste ano, nós tínhamos a meta de contratar 802 alfabetizadores, mas conseguimos superar e contratamos 815 alfabetizadores. Em relação aos alfabetizandos, tínhamos projetado inscrever 41.026, mas conseguimos inscrever apenas 23.601. Houve uns decréscimos, ou seja, não conseguem alcançar a meta. Tudo isso porque temos populações em movimento, que vão para uma zona e depois regressam quando a situação de terrorismo melhora.”- disse Rachide Sualeh, Chefe do Departamento da Direção Pedagógica, Gestão e Garantia de Qualidade.
Atualmente, cerca de 40% da população moçambicana, estimada em 30 milhões de habitantes, é analfabeta. As províncias do norte e centro do país, como Cabo Delgado, Niassa, Tete e Zambézia, registaram os maiores índices de analfabetismo. Em contrapartida, as regiões do sul, como Maputo Cidade, apresentam taxas mais baixas, com 7%.(x)
Por: Nazma Mahando
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