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Os académicos abordaram, nesta segunda-feira, 28 de Abril de 2025, em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, os primeiros 100 dias de governação do Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo. A análise dos especialistas concentrou-se em vários aspetos da administração do novo presidente, com um foco particular na situação em Cabo Delgado, marcada por desafios humanitários, de segurança e económicos.

O académico residente, Aly Caetano, falou sobre as suas expectativas não correspondidas nos primeiros 100 dias de governança do Presidente Daniel Chapo. Cetano destacou que, apesar de o Presidente ter dado a entender que havia uma nova abordagem para a gestão do conflito em Cabo Delgado, a situação parece ter ficado estagnada.

"No geral, um dos slogans de Chapo era de fazer algo para ter resultados diferentes, e isso me marcou muito quando eu ouvia o presidente falar. Eu estava na expectativa de que, de fato, teria uma nova abordagem em relação ao conflito em Cabo Delgado, mas o que me parece é que, nos últimos 100 dias, o conflito vem cada vez mais sendo esquecido, tanto na vertente humanitária quanto na securitária", afirmou Caetano.

Caetano também comentou sobre a crise humanitária que continua a afetar a província, afirmando que a ajuda não tem sido suficiente para lidar com as consequências do ciclone Idai e o impacto das mudanças climáticas. O académico sublinhou que o tratamento da população afetada ainda está aquém do esperado.

"A crise humanitária em Cabo Delgado não pode ser vista só na vertente do terrorismo, mas também nas pessoas afetadas pelas mudanças climáticas", acrescentou.

Em relação à segurança, Caetano notou que, embora tenha havido algum progresso na estabilização da situação em comparação com os anos de 2020 a 2022, ainda persiste a incerteza sobre a localização e a natureza dos ataques terroristas. Ele também ressaltou que, atualmente, o terrorismo está a alastrar-se para áreas do sul da província, como Montepuez, Metuge e Ancuabe, o que gera ainda mais insegurança.

"O fato é que os terroristas se alastraram para regiões que não eram de costumes. Desde 2023 a 2024, temos visto o alastramento do terrorismo para regiões do Sul da província de Cabo Delgado, como Montepuez, Metuge e Ancuabe. A situação de segurança melhorou bastante em comparação com 2020, 2021 e 2022, mas ainda há incertezas, e isso é o mais preocupante", explicou Caetano.

Outro ponto importante levantado por Caetano foi a questão da reintegração dos ex-combatentes e ex-insurgentes. Para ele, não está claro como o Estado está a garantir uma reintegração eficaz e estruturada desses grupos. O académico alertou para a necessidade de abordar a questão de forma mais estratégica, com ênfase no apoio psicossocial, tanto para os reintegrados quanto para as comunidades que os recebem.

"Não me parece existir de forma estruturada uma abordagem do estado para garantir a reintegração. A Anistia, embora possa ter aspectos positivos, não está clara em relação a como e quem deve ser responsável pelo processo", afirmou Caetano.

Caetano também falou sobre as dificuldades económicas que a província enfrenta e o impacto limitado da retoma dos grandes projetos de gás, como o de Total, nas comunidades locais. A inclusão da juventude local nos projetos continua a ser uma grande preocupação, e o académico destacou a necessidade de uma maior inclusão nas oportunidades de emprego.

"Existe um sentimento de exclusão generalizado por parte da grande parte da juventude em Palma. Eles compartilham a opinião de que os grandes projetos não têm beneficiado como deveriam", concluiu Caetano.

Outro acadêmico Abudo Gafuro, falou sobre os 100 primeiros dias de governo do Presidente da República, Daniel Chapo, destacando os principais desafios enfrentados pelo governo, como a segurança, a assistência humanitária e a coordenação entre o governo e as organizações da sociedade civil.

Gafuro começou sua análise dizendo que os primeiros dias do governo de Chapo foram desafiadores, especialmente devido às manifestações e aos ataques que aconteceram em várias partes do país, resultantes de um aproveitamento de forças externas que buscavam desestabilizar o governo. Ele mencionou que a destruição causada por esses movimentos exigiu que o governo adotasse um modelo de inclusão, focando nas áreas mais críticas para resolver problemas urgentes da população.

"Primeiro, é importante destacar que os primeiros dias de governação foram muito desafiadores, principalmente devido à transição do governo anterior para o atual. A destruição causada pelas marchas e manifestações em vários países, com aproveitamento de pessoas não bem identificadas, buscava desestabilizar o estado moçambicano. Essas pessoas aproveitaram a oportunidade para gerar destruição. Contudo, o Presidente Chapo e o seu executivo enfrentaram e ainda enfrentam este grande desafio de construção. Eles adotaram um modelo de inclusão, atacando setores com maior gravidade. Apesar de muitos problemas no país, a prioridade foi identificar as áreas mais críticas e atacá-las para ultrapassar a situação. Esses 100 dias foram desafiadores e continuarão a ser nos próximos, pois o governo não pode se dar ao luxo de estar em silêncio. Ele deve atuar rapidamente nas zonas de maior necessidade. Nem todos os problemas serão resolvidos em 100 dias, mas é preciso arregaçar as mangas e trabalhar de forma eficaz", afirmou Gafuro, destacando a importância da ação rápida e coordenada.

Em relação à situação em Cabo Delgado, Gafuro destacou a necessidade urgente de assistência humanitária devido à combinação de calamidades naturais, como chuvas e tempestades, e a violência constante dos insurgentes. Ele enfatizou que a comunidade nacional e internacional deve trabalhar mais ativamente para minimizar o sofrimento da população e garantir que esta se sinta integrada no processo de reconstrução do país.

"Em termos de assistência humanitária em Cabo Delgado, é imprescindível. Atualmente, estamos lidando com duas ou três calamidades: as naturais, como as chuvas e as tempestades, e as provocadas pelos insurgentes. Estes, que após se dispersarem de suas bases, continuam a realizar ataques esporádicos, causando o deslocamento de cidadãos. A necessidade de políticas mais eficazes para minimizar o sofrimento é clara, pois a população de Cabo Delgado precisa sentir-se parte do processo de reconstrução do país", sublinhou Gafuro, reforçando a importância da ajuda humanitária.

Gafuro mencionou que, embora tenha havido uma melhoria na segurança, os insurgentes continuam a operar em várias regiões, o que demonstra a fragilidade do sistema de segurança. Ele defendeu que, para combater eficazmente os insurgentes, é necessário mais recursos e um maior fortalecimento das forças de defesa.

"Durante os 100 dias, houve alguma melhoria na segurança, mas ela ainda é parcial. Os insurgentes continuam a mostrar que ainda estão ativos, como evidenciado pelos ataques nos distritos de Ancuabe, Meluco, e até em zonas inesperadas como Nairoto e Montepuz. Isso demonstra a fragilidade da segurança. Além disso, a nossa força de defesa e segurança precisa de mais recursos e de um fortalecimento moral para enfrentar esses desafios e combater os insurgentes até as últimas consequências", disse Gafuro, destacando a importância de mais investimentos e recursos para a segurança.

Ele também elogiou o trabalho do governador da Província de Cabo Delgado, afirmando que tem se dedicado à visitação das áreas mais críticas, mostrando à população o compromisso do governo com sua segurança e bem-estar. Isso, segundo Gafuro, é uma abordagem importante para fortalecer a confiança da comunidade.

"O governador da Província de Cabo Delgado tem feito um trabalho excelente, visitando as zonas mais críticas e mostrando à população que o governo está comprometido com sua segurança e bem-estar. Ele tem sido uma presença constante nas áreas de maior risco, o que é vital para fortalecer a confiança da população e garantir que todos se sintam incluídos no processo de reconstrução", afirmou Gafuro, elogiando o trabalho do governo provincial.

Gafuro também abordou a questão das organizações da sociedade civil, afirmando que, apesar de seus esforços, ainda falta uma maior coordenação entre as ONGs e o governo. Ele sugeriu que as organizações devem trabalhar de forma coordenada para garantir que suas ações sejam mais eficazes e bem direcionadas.

"As organizações da sociedade civil, tanto nacionais quanto internacionais, têm feito um trabalho relevante, mas a coordenação entre elas e o governo precisa ser mais eficaz. Cada organização não pode atuar de maneira isolada. Se houver uma coordenação mais clara e eficaz, teremos mais sucesso nas ações de ajuda e reconstrução", comentou Gafuro, chamando a atenção para a necessidade de uma melhor organização das ações no terreno.

Gafuro também falou sobre a necessidade de reintegração dos ex-insurgentes, sugerindo que o governo deve adotar políticas de inclusão e requalificação, especialmente no setor agrícola. Segundo ele, essa abordagem ajudaria na reintegração dessas pessoas na sociedade, além de aliviar o sistema penitenciário, sobrecarregado pelo número crescente de prisioneiros.

"A reintegração dos ex-insurgentes deve ser uma prioridade, e isso pode ser feito através de programas de inclusão, especialmente no setor agrícola. Isso permitirá que essas pessoas se integrem à sociedade, além de reduzir a pressão sobre o sistema penitenciário. O governo precisa abrir essas oportunidades de requalificação e reintegração, com a participação de psicólogos, líderes religiosos e membros da sociedade civil, que devem ser incluídos nesse processo", defendeu Gafuro, destacando a importância da inclusão para o sucesso da reintegração.

Gafuro destacou que o país deve aprender com os erros do passado em relação à exploração de seus recursos naturais. Ele afirmou que, se o governo não agir de maneira proativa, os moçambicanos, especialmente os jovens, podem se sentir excluídos dos grandes projetos, como os da exploração de gás, o que pode gerar descontentamento e insegurança social. Gafuro propôs que, para reduzir essa dependência do trabalho estrangeiro, deveria haver uma formação técnica mais robusta para os jovens locais, possibilitando sua inclusão no processo de exploração dos recursos.

"Parece que o governo ou o Estado moçambicano não soube aproveitar as oportunidades que tivemos no passado. O país deveria ter aprendido com os próprios erros, especialmente no que se refere à exploração de recursos naturais. Por exemplo, a exploração do gás no norte de Moçambique precisa de uma estratégia que envolva a formação de jovens locais. Moçambique não pode depender de milhares de estrangeiros para trabalhar em projetos que poderiam empregar um número considerável de moçambicanos, principalmente da região norte, onde a exploração está acontecendo. É fundamental que os jovens recebam formação técnica para que possam ser parte integral do processo de exploração", disse Gafuro, alertando para o risco de exclusão da população local.

Além disso, Gafuro levantou uma preocupação sobre a construção da base flutuante para a exploração de gás e o impacto que isso pode ter no futuro da economia nacional. Ele mencionou que a infraestrutura marítima de Moçambique ainda é frágil, o que representa um risco para a segurança nacional e a exploração sustentável dos recursos.

"Aqui há muitos riscos, porque a plataforma flutuante que estamos a falar não será uma base fixa. Ela será uma estrutura flutuante, e precisamos de um plano para o futuro. O que acontecerá depois da exploração? Precisamos de investir mais em setores como o ensino técnico e a ciência, para preparar os jovens e garantir que o país possa aproveitar o conhecimento gerado localmente", afirmou Gafuro, sugerindo a importância de fortalecer a formação da juventude nas áreas de ciência e tecnologia.

Em relação à agricultura, Gafuro criticou a falta de organização dos agricultores e a falta de apoio do governo, especialmente para os pescadores e pequenos produtores. Segundo ele, o governo deve investir mais na organização das cooperativas e na infraestrutura necessária para que a produção local seja uma fonte de crescimento econômico.

"Ainda estamos longe de ter resultados palpáveis, pois a agricultura precisa de um maior esforço. Os pescadores, por exemplo, precisam ser organizados em cooperativas para que possam aumentar sua capacidade de produção e distribuir seus produtos em outros pontos. Além disso, é necessário investir em infraestrutura como frigoríficos e colmeias, para que o pescado e outros produtos agrícolas possam ser processados e distribuídos", destacou Gafuro, frisando que a organização dos produtores é fundamental para o sucesso do setor.

Ele também mencionou que o país precisa de ações concretas para aumentar a produção agrícola e reduzir a dependência de ajuda internacional. Segundo Gafuro, a capacidade de produzir alimentos locais e abastecer os mercados internos ajudará a fortalecer a economia local e nacional, criando mais empregos e oportunidades para a população.

"A agricultura precisa de mobilização, de ação concreta. Não podemos continuar a depender de ajuda internacional para suprir as necessidades alimentares do nosso país. Devemos investir na produção local, na formação dos agricultores e nas infraestruturas adequadas. Cabo Delgado, por exemplo, tem um grande potencial agrícola. Nos anos 80 e 90, era um dos maiores celeiros de Moçambique. Mas o que aconteceu? O que está a falhar agora? Com tecnologia e maquinário adequados, a produção pode ser revitalizada e contribuir para a economia local e nacional", concluiu Gafuro, ressaltando a importância da agricultura como uma alavanca para o crescimento econômico.

O acadêmico também fez uma crítica ao abandono do setor pesqueiro, apontando que, apesar de ser uma atividade essencial para a economia de Cabo Delgado, os pescadores ainda enfrentam grandes desafios. Segundo Gafuro, o apoio estatal deve ser intensificado para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dessa atividade.

"Os pescadores de Cabo Delgado precisam ser organizados em cooperativas para que possam comprar equipamentos adequados, como frigoríficos e barcos. Atualmente, sem esse apoio, a produção de pescado está longe de atingir seu potencial. O governo precisa criar um ambiente propício para que esses trabalhadores possam prosperar", afirmou, destacando a necessidade de mais apoio e organização no setor pesqueiro.

 Outro académico, que preferiu não ser identificado, referiu que, apesar das promessas de mudança, os 100 dias de governança de Daniel Chapo foram, até agora, marcados por um foco em diálogos políticos que resultaram no fim das manifestações pós-eleitorais. Contudo, o académico alertou que o custo de vida continua a ser um grande problema para a população, especialmente em Cabo Delgado.

"O povo ainda não viu nem sentiu diretamente o alívio do custo de vida, que continua a ser um grande problema para os moçambicanos, particularmente para os de Cabo Delgado. É preciso fazer um trabalho árduo, senão a situação, em vez de melhorar, vai piorar", alertou o académico.

A avaliação dos académicos sobre os primeiros 100 dias de governação do Presidente Daniel Chapo aponta para uma gestão marcada por desafios contínuos nas áreas de segurança, crise humanitária e desenvolvimento económico. Muitos especialistas expressam uma grande expectativa de que, nos próximos meses, o governo consiga implementar políticas mais eficazes para enfrentar as necessidades urgentes da província de Cabo Delgado e da população moçambicana. (x)

Por: António Bote

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A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua história recente no sector avícola. A passagem do ciclone Chido, que na presente época chuvosa devastou a região, causou prejuízos superiores a 18 milhões de dólares, afetando severamente infraestruturas e a produção de alimentos essenciais como carne de frango e ovos.

O ciclone destruiu galinheiros muitos dos quais estavam em fase avançada de construção e matou milhares de aves. Além disso, houve perda de ração e outros insumos vitais para o funcionamento das granjas. Como consequência, pequenos e médios avicultores, que já enfrentavam dificuldades financeiras, veem-se agora diante do risco iminente de falência.

Em entrevista exclusiva à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, o presidente da Associação dos Avicultores de Cabo Delgado, Yacoob Latifo, confirmou que os levantamentos de danos ainda estão em andamento, mas adiantou que os prejuízos são evidentes.

Neste momento, estamos a fazer os últimos levantamentos, mas podemos afirmar que os danos são enormes. O ciclone Chido causou prejuízos estimados em cerca de 18 milhões de dólares. Falo daquele investimento que estava em curso. Perdeu-se uma grande quantidade de aves e também ração. Muitos avicultores perderam tudo. A nossa capacidade de produção de frangos e ovos foi significativamente reduzida.”

A crise não se resume apenas aos danos físicos. A destruição das infraestruturas e a interrupção da cadeia de distribuição afetaram não apenas o mercado local, mas também a capacidade de exportação de produtos avícolas essenciais para a economia da província. Esse cenário pode provocar um desabastecimento temporário, com consequências diretas para a segurança alimentar da região.

A situação é ainda mais grave tendo em conta o contexto de insegurança que afeta a província, marcado por conflitos armados, o que agrava os efeitos do desastre natural.

Yacoob Latifo defendeu um apoio mais robusto por parte do governo e dos parceiros de desenvolvimento.

“Penso que não é suficiente. Eles têm investido, sim, mas não é o suficiente. Nos últimos cinco anos, nos aproximamos do Ministério da Agricultura e de outros parceiros, propondo algumas ideias, como a criação de um fundo de investimento. Como sabem, Moçambique não possui um banco agrícola. Portanto, é essencial criar um fundo de investimento, que seja gerido por especialistas em avicultura, como o Ministério da Agricultura. Esse fundo deveria oferecer financiamento a taxas mais baixas, assim como acontece na África do Sul e na Tanzânia. Precisamos disso urgentemente.

O dirigente propõe ainda a criação de um instituto dedicado à avicultura, nos moldes do que já existe para o algodão e a castanha de caju.

É crucial termos uma direção ou um instituto especializado em avicultura. A avicultura merece esse destaque. Por exemplo, na África do Sul, 50% da produção de milho não é consumida pela população, mas destinada à avicultura, o que demonstra o potencial desse setor para gerar grandes recursos, além de reduzir as importações.”(X)

Por: Bonifácio Chumuni

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O governo distrital de Mocímboa da Praia acusou a Civitas Partners Group, concessionária do Porto de Mocímboa da Praia, de práticas que estão a agravar a crise de abastecimento de combustíveis no norte da província. A denúncia surge após o corte de subsídios ao transporte de combustível pela multinacional TotalEnergies, no início de 2024, situação que já afetava a região.

Em uma entrevista à Zumbo FM Notícias, nesta segunda-feira, 28 de abril de 2025, o administrador distrital Sérgio Cipriano destacou que os preços praticados pela Civitas estão a ser um grande obstáculo para os operadores locais.

“Infelizmente, o porto já não cumpre a função esperada de abastecer toda a região norte. Cedemos à Civitas Partners Group, os depósitos de combustíveis anteriormente sob gestão da Petromoc, com a expectativa de que os mesmos servissem toda a zona norte. Contudo, isso não está a acontecer. Há um choque de preços: a Civitas está a vender o litro de gasóleo a 104 meticais, enquanto nas nossas bombas o preço varia entre 102 e 103 meticais. Os agentes económicos questionam: 'Como podemos comprar a esse preço e revender com lucro?', como pode ver, a Civitas criou uma barreira à funcionalidade do mercado de combustíveis na região", disse Cipriano, demonstrando preocupação com a falta de acesso ao combustível a preços viáveis.

Apesar de o porto estar em funcionamento e com movimentações regulares de navios, especialmente para o distrito de Palma, onde operam megaprojetos como os da TotalEnergies, Cipriano lamenta que a infraestrutura já não esteja a cumprir a sua função original de abastecer toda a zona norte, como previsto inicialmente.

De acordo com Cipriano, a Civitas Partners assumiu a gestão dos depósitos de combustível anteriormente controlados pela Petromoc, com a promessa de garantir o abastecimento para toda a região norte. No entanto, a falta de acesso ao combustível e os elevados preços praticados estão a excluir os pequenos operadores locais.

O administrador também fez uma crítica à falta de concorrência no mercado de combustíveis na região.
"Nós entendemos que a Civitas está operando sozinha, sem concorrência, o que poderia consolidar o mercado, mas ao mesmo tempo, assegurar o mercado. Não sei se vende para uma empresa. Porém, as pequenas gasolineiras que operam na zona norte não concordam com o preço estabelecido pela Civitas, e é por isso que a empresa não tem clientes e não há demanda", afirmou Cipriano.


Apesar das dificuldades no acesso ao combustível, Cipriano confirmou que o Porto de Mocímboa da Praia continua a registar movimentações regulares de navios logísticos, especialmente associados aos projetos de gás natural em Palma. Estes navios abastecem-se no porto e seguem para as bases operacionais das multinacionais, como a TotalEnergies.

A vila de Mocímboa da Praia, situada a cerca de 70 quilómetros ao sul do projeto de gás natural de Afungi, liderado pela TotalEnergies, continua a enfrentar grandes desafios no abastecimento de combustíveis. A região também se encontra perto da concessão da petrolífera italiana Eni, que explora petróleo e gás.

A crise de abastecimento de combustível permanece um dos maiores obstáculos para os pequenos comerciantes da região. A dependência da logística marítima e os custos elevados de transporte dificultam a distribuição regular de produtos essenciais, agravando ainda mais a situação.(x)

Por: Bonifácio Chumuni

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Vários automobilistas entrevistados pela equipa de reportagem da Zumbo FM Notícias, na última terça -feira, 22 de Abril de 2025 manifestaram preocupação com as estradas esburacadas que se observam nas principais artérias da capital provincial de Cabo Delgado.

Segundo Sacur Eugénio, circular nas vias da cidade de Pemba tornou-se um grande desafio devido aos inúmeros buracos, o que compromete a segurança e o conforto dos condutores. Ainda assim, afirma que o trabalho precisa continuar, apesar das dificuldades.

"Enfrentamos muitas dificuldades ao circular nas estradas. Existem trechos onde o pavimento está em péssimas condições, mas seguimos tentando nos adaptar. No entanto, a verdade é que a estrada não está boa, e isso representa um risco constante para todos."

Outro entrevistado, Cafuro Zacarias, salientou que o mau estado das vias eleva o risco de acidentes de viação e apelou ao município de Pemba para que intervenha de forma urgente.

"Os buracos nas estradas estão nos causando muitos problemas. Falta-nos acesso adequado a alimentos, e os veículos sofrem avarias constantes. Tanto motoristas de carros quanto motociclistas enfrentam dificuldades para seguir viagem. Acidentes acontecem o tempo todo por conta dessas falhas na infraestrutura. Gostaria que as estradas fossem reparadas, para que possamos trafegar em segurança, como acontece em outras cidades."

Por sua vez, o automobilista Wilson Mário destacou que o estado degradado das estradas contribui para acidentes, seja pela perda de controle da direção, seja pelas manobras bruscas ao tentar desviar dos buracos.

"Acidentes acontecem, mas, muitas vezes, são resultado da falta de controle ao dirigir. Muitos condutores não tomam os devidos cuidados, especialmente com relação aos veículos que vêm atrás ou à frente. A situação se agrava quando tentamos desviar dos buracos na estrada."

A reportagem tentou contactar o Conselho Municipal de Pemba através do Gabinete de comunicação e imagem, para obter esclarecimentos sobre as preocupações levantadas, prometeu pronunciar-se sobre o assunto.

As más condições das estradas em Pemba continuam a colocar em risco a vida dos automobilistas e pedestres. A população clama por uma intervenção urgente por parte das autoridades municipais para garantir a segurança e melhorar a mobilidade urbana na capital de Cabo Delgado.(x) 

Por: Esperança Picate

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A recente incursão de grupos armados na Reserva Especial do Niassa, com particular incidência no Bloco Kambako, motivou uma crítica contundente à atuação das Forças de Defesa e Segurança (FDS) por parte do Capitão Tenente da Reserva Especial do Niassa, Abdul Machava.

Falando na noite deste domingo, 27 de Abril de 2025, durante o programa Noite Informativo da STV, Machava defendeu que a segurança da Reserva deveria ser considerada uma prioridade estratégica para o país. Lamentou a falta de medidas eficazes para neutralizar rapidamente os invasores.

"[...] a sua segurança, deveria ser prioridade, porque fazendo segurança estamos a fazer segurança a toda população em geral, então, eu não sei qual é o nível de disposição tático dos dispositivos monitários naquela zona, para que isto aconteça e não se tenha encontrado formas de encurralar esses indivíduos num determinado espaço de tempo."

Abdul Machava reconheceu que as FDS têm conseguido conter, em certa medida, o avanço dos insurgentes em Cabo Delgado. No entanto, voltou a apontar falhas no dispositivo tático e estratégico das tropas, sobretudo tendo em conta a mudança de padrão da insurgência, que passou de ocupação de territórios para ações de guerrilha mais dispersas.

"Às Forças Armadas de Defesa de Moçambique e às Forças de Defesa e Segurança, na verdade, pese embora esteja a conseguir controlar o ímpeto destes insurgentes em Cabo Delgado, mas eu volto a criticar aquilo que é o dispositivo tático estratégico das tropas dentro de um contexto, que nós já sabemos que trata-se de luta contra uma guerrilha, uma guerrilha que deixou de atacar e ocupar territórios e passaram a ser apenas o grupo pequeno, maleáveis [...] que exigem outras formas técnicas de abordagem que envolve o dispositivo tático das tropas e a projeção das forças."

O Capitão Tenente destacou ainda a importância da rápida projeção de forças como elemento determinante para o sucesso nas operações contra a insurgência. Chamou atenção para a necessidade de resposta ágil e estratégica.

"Eu digo mais, qualquer guerra contra essa insurgência depende de como nós conseguimos projectar às forças num curto espaço de tempo."

As declarações de Abdul Machava surgem num momento de renovadas preocupações quanto à capacidade das FDS em assegurar a estabilidade nas províncias do norte, numa altura em que novas ações terroristas voltam a desafiar o controlo governamental em zonas consideradas sensíveis. (x)

Por: António Bote

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No passado dia 26 de abril de 2025, por volta das 11 horas, a Zumbo FM Notícias recebeu informações de que, na cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, um recém-nascido do sexo masculino, com apenas 48 horas de vida, foi encontrado abandonado numa lixeira, no bairro de Chibuabuar, na zona da bacia, mais conhecida como Terra Vermelha. O caso gerou forte comoção entre os residentes locais.

Nesta terça-feira (28), em conferência de imprensa realizada na Segunda Esquadra da PRM em Pemba, a porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Eugénia Nhamussua, confirmou que a mãe do bebé foi identificada e encontra-se sob custódia policial por abandono do menor.

"No sábado, por volta das 11 horas, recebemos a comunicação sobre a existência de um menor abandonado num local ermo, habitualmente usado para o depósito de resíduos sólidos. A força operativa foi destacada de imediato e, à chegada, confirmou-se a presença do bebé, ainda com vida e exposto ao relento. Procedeu-se imediatamente aos primeiros socorros, com o apoio da comunidade, e o menor foi encaminhado ao hospital para cuidados médicos", relatou Eugénia Nhamussua.

A porta-voz acrescentou que, com o apoio das autoridades comunitárias, foram encetadas diligências que culminaram na localização da mãe do recém-nascido. "Confirmamos que a mãe do menor foi identificada e encontra-se detida por abandono de recém-nascido," declarou.

Na ocasião, Eugénia Nhamussua apelou à comunidade para que continue a colaborar com a polícia, denunciando casos semelhantes e protegendo os direitos das crianças.

"Queremos deixar um apelo a todos, para que condutas semelhantes não possam ter espaço, visto que não há nenhuma justificação possível de ser aceita para dar à luz e deixar o bebé em um lugar ermo à sua própria sorte. Desencorajamos este facto e pedimos que todos sejamos vigilantes, para que casos desta natureza não voltem a acontecer na nossa cidade", apelou.

As autoridades continuam a investigar o caso para apurar as reais motivações que levaram ao abandono do bebé.(x)

Por: Zumbo FM Notícias

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A província de Niassa viveu momentos de tensão após insurgentes atacarem a Reserva Especial de Niassa, localizada na fronteira com Cabo Delgado, um evento que mobilizou as autoridades para uma resposta rápida e coordenada. O Secretário de Estado da Província de Niassa, Silva Livone, garantiu, em entrevista à Noite Interativo da STV, que a situação foi controlada e que a segurança da província permanece assegurada.

"A nossa reserva especial de Niassa, que é compartilhada entre as províncias de Niassa e Cabo Delgado, foi de fato alvo de um ataque. Porém, o ocorrido aconteceu do lado de Cabo Delgado, especificamente no distrito de Montepuez, onde se encontra a empresa Kambako Investment, que realiza atividades de caça desportiva," explicou Silva Livone. O ataque, ocorrido no dia 24 de abril de 2025, gerou grande alarme, mas as autoridades de ambas as províncias rapidamente reagiram para mitigar a ameaça.

"As forças de segurança de Niassa e Cabo Delgado trabalharam em conjunto para controlar a situação. Não houve ataques no lado da província de Niassa. A população não foi diretamente afetada e as autoridades locais estão no terreno," garantiu o Secretário de Estado. O incidente, embora tenha gerado preocupações, não resultou em vítimas no lado de Niassa, mas foi classificado pelas autoridades como uma tentativa de perturbar a ordem pública na região.

A invasão dos insurgentes ao acampamento da empresa Kambako Investment resultou na destruição de instalações e na apropriação de bens, mas a libertação de dois reféns indicou que o ataque não teve um caráter letal imediato. "A evacuação foi uma medida preventiva, e estamos a implementar uma ocupação temporária nas áreas afetadas para garantir que a situação permaneça sob controle. O governo da província de Niassa está vigilante e não há razões para pânico," afirmou Livone, destacando que as operações de caça desportiva e o turismo devem ser retomados em breve.

Em sua intervenção, o Secretário de Estado enfatizou que o ataque ocorreu em uma área sob gestão da província de Niassa, mas que a fronteira com Cabo Delgado exige uma cooperação constante entre os dois governos. "As forças de segurança estão em alerta máximo, e estamos em estreito contato com as autoridades de Cabo Delgado. Embora este seja um fenômeno isolado, a colaboração entre as províncias é essencial para garantir a segurança das nossas populações," acrescentou Livone.

Livone também ressaltou que, mesmo com a gravidade do ocorrido, a província de Niassa continua em alerta, mas está segura. "A situação foi controlada, as forças de defesa e segurança atuaram prontamente e os pontos críticos estão sendo monitorados com o apoio aéreo. Não há mais risco imediato, mas continuamos a trabalhar com as autoridades locais e a população para prevenir qualquer novo ataque," concluiu.

As autoridades de Niassa solicitaram à população que continue vigilante e reporte qualquer atividade suspeita às lideranças comunitárias ou à polícia. "A nossa maior riqueza é a população. A colaboração da comunidade tem sido crucial para o sucesso das nossas operações. A vigilância constante e a troca de informações entre as províncias são fundamentais para prevenir novos ataques," afirmou Silva Livone.

A província de Niassa permanece em alerta, mas a calma está sendo restaurada gradualmente. As autoridades garantem que todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a segurança e estabilidade na região. (x)

Por: António Bote

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O Procurador-Geral da República, Américo Letela, afirmou esta terça-feira, 29 de Abril de 2025, na Assembleia da República durante a informação Anual das actividades do ministério público no controlo da legalidade, que Manuel Chang não poderá ser julgado em Moçambique pelos mesmos crimes pelos quais já foi condenado nos Estados Unidos da América (EUA). Letela explicou ainda que o julgamento do antigo ministro das Finanças não trouxe qualquer benefício a Moçambique, tanto em relação à pena aplicada quanto ao ressarcimento ao Estado.

“Como se pode constatar, a pena que lhe foi aplicada é muito inferior à que lhe caberia se tivesse sido julgado em Moçambique, cujas penas aplicáveis aos crimes de que é acusado variam de oito a doze anos de prisão”, declarou o procurador, durante a Informação Anual à Assembleia da República sobre as atividades do Ministério Público no Controlo da Legalidade.

Letela salientou ainda que, apesar de Manuel Chang ter prejudicado financeiramente o Estado moçambicano, em cerca de dois mil milhões de dólares, bem como a sua reputação internacional, este não se poderá ver ressarcido pelos prejuízos causados.

“Apesar da conduta daquele cidadão moçambicano Manuel Chang, ter prejudicado financeiramente e de forma grave o Estado moçambicano em cerca de dois mil milhões de dólares, bem como a sua reputação internacional, este não se poderá ver ressarcido pelos prejuízos causados”, disse Américo Latela Procurador-Geral da República. (x)

Fonte: Jornal o País

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De acordo com um aviso divulgado pela página do WhatsApp do Conselho Municipal de Pemba, nesta quarta-feira, 30 de abril de 2025, as obras construídas ilegalmente estão sendo demolidas devido à obstrução de vias de acesso na cidade de Pemba.

Segundo o vereador responsável pela área de urbanização, Abdulrehemane Chaca, outras áreas da cidade, que também enfrentam sérios problemas de obstrução, serão abrangidas pelas ações de demolição.

"Vamos atuar em outros bairros, principalmente no bairro de Chuiba, que também apresenta um grave problema de obstrução de ruas. Encontramos vias interditadas, o que prejudica a mobilidade, e precisamos garantir o fluxo adequado de pessoas e veículos", afirmou o vereador.

O Conselho Municipal de Pemba destaca que a liberação das vias públicas não é apenas uma opção, mas uma prioridade para a comunidade. Eles fazem um apelo à população para que utilize somente os espaços concedidos pelo CMP.

"Queremos alertar nossos cidadãos de que a liberação das vias públicas não é uma opção. A via pública deve ser uma prioridade para todos, por isso, é fundamental ocupar apenas os espaços autorizados pelo Conselho Municipal", afirmou Abdulrehemane Chaca.

Vale ressaltar que, antes da demolição, os proprietários das obras ilegais são notificados a comparecer ao CMP para apresentar documentação que comprove a legalização das construções. Caso não cumpram o prazo estabelecido, a demolição será realizada conforme o planejamento.

Por: Zumbo FM Notícias

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O Ministério da Economia anunciou, por meio de um comunicado recebido pela redação da Zumbo FM Notícias nesta terça-feira, 29 de abril de 2025, que o comércio em Moçambique passa a operar sem restrições de horário em todo o território nacional. A medida faz parte das ações de recuperação econômica adotadas pelo governo.

De acordo com o documento, o horário de funcionamento das atividades comerciais será determinado pelos próprios comerciantes, desde que respeitadas as disposições previstas no regime de horário de trabalho e nas legislações setoriais aplicáveis.

“Assim, o horário de funcionamento de qualquer atividade comercial ou de prestação de serviços é de livre determinação dos respetivos comerciantes, desde que observados os limites estabelecidos na legislação laboral em vigor, bem como nas normas específicas que regulam determinados setores da economia”, afirma o comunicado.

O ministério esclarece ainda que, para garantir a organização e o acompanhamento das atividades comerciais, os comerciantes deverão formalizar seus horários de funcionamento junto às autoridades competentes, indicando os períodos em que pretendem operar.(x)

Por: Esperança Picate

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